A partir de minha formação política, profissional e pessoal não poderia haver outra escolha nesse pleito, a não ser Luís Inácio Lula da Silva. Aliás, Lula foi meu primeiro voto para presidente, ainda em fins da década de oitenta. Eu era então uma jovem com 16 anos que olhava para o futuro cheia de esperança em um outro país recém-saído de uma ditadura de 21 anos. Agora, sem dúvida, o momento é outro e me parece ainda mais grave. Todo o processo de conquistas políticas que levamos décadas para efetivar a partir do encerramento do ciclo ditatorial parece entrar em colapso pela ação de grupos de extrema-direita que se instalaram no poder, corroendo nossa democracia por dentro. Nos últimos quatro anos assistimos diariamente o desmantelamento de conquistas históricas alcançadas a partir da constituição de 1988 que foram sistematicamente atacadas. Não podemos esquecer ainda que, se nada disso fosse suficiente para rejeitar de forma contundente o governo que aí está, sofremos uma das mais brutais gestões da pandemia de covid-19 que se tem notícia no mundo. Em virtude da postura negacionista do mandatário atual, centenas de milhares de pessoas morreram porque não puderam contar com o estado na promoção de ações que barrassem o avanço mortal da doença causado, sobretudo, pela demora na vacinação. Foi o governo descaso, do desrespeito à vida, da promoção de medicamentos ineficazes, da propagação da violência.
Precisamos nos reconectar com nosso futuro e com nossa história, por isso, é Lula presidente.
Sônia Meneses é professora da Universidade Regional do Cariri-URCA, pesquisadora sobre mídias, ditaduras e negacionismos.
Comments